Foto: Márcio Holanda (Agência Eco Nordeste) |
O Centro Operacional de Meio
Ambiente do Ministério Público (Caomace/MPCE) do Ceará vai auxiliar promotores
do Crato na apuração sobre uma decisão suspeita de vereadores do Cariri. Eles
transformaram a zona especial de proteção ambiental do rio Batateiras em zona
de construção residencial. Um crime contra as nascentes, as margens do rio e
mais ameaça de enchentes no Crato.
É o que informa a coluna Farol,
da edição desta quinta-feira, 14/01, do Jornal O Povo, assinada pelo jornalista
Demitri Túlio.
Conforme o jornal, o
Caomace/MPCE, em Fortaleza, foi provocado para entrar na questão pela Comissão
de Meio Ambiente da OAB-CE e por uma carta/denúncia dos padres do Cariri. João
Alfredo, presidente da Comissão, acha danoso que a maioria dos vereadores
cratenses tenha votado por favorecer a especulação imobiliária mesmo com um
veto da prefeitura.
Entenda
O projeto de lei que torna parte
de uma Zona Especial Ambiental (ZEA), localizada em território entre os rios
Granjeiro e Batateiras, em zona residencial foi aprovado na sessão do dia 21 de
dezembro, pela Câmara de Vereadores do Crato, por 11 votos a cinco. Depois da análise
do projeto, concluíram que as terras não fazem parte da Área de Proteção
Ambiental (APA), por não estarem às margens dos dois rios, mas que ainda assim
compreendem região de ZEA, compreendendo também zona de alagamento durante as
cheias do rio.
Repercussão
No dia primeiro de janeiro
deste ano, em carta às lideranças e autoridades constituídas, os dezenove
padres que exercem o ministério pastoral na região forânea 1, onde estão
localizadas as paróquias e áreas pastorais do município de Crato, manifestaram
preocupação, com projeto de lei 1412001/2020, aprovado na Câmera de Vereadores
por 10 votos a 6, que pretende transformar a Zona Especial Ambiental (ZEA) Rio
Batateiras em Zona Residencial de média densidade (ZR3).
“Nós animamos os padres para
nos mobilizarmos sobre a questão ambiental do Rio Batateiras, e redigimos uma
nota. É importante a divulgação para que ela chegue a todas as lideranças e
autoridades constituídas de nossa cidade”, disse Padre Ricardo Barros, vigário
forâneo e pároco da Paróquia de São José Operário, no distrito de Ponta da
Serra.
A transformação de uma área
ambiental em área residencial preocupou os sacerdotes. Se levada adiante, pode
ocasionar impactos devastares a contar da infraestrutura utilizada nas
construções, que impermeabiliza o solo, alterando o ciclo da água e da fauna,
somada aos prejuízos nos rios que banham a região, poluindo-os ainda mais.
Com informações de O Povo e
Diocese do Crato