A greve dos bancários vai complicar ainda mais a vida dos
candidatos nestas eleições. Como se não bastassem a novidade de abrir conta,
identificar doador, prestar conta 72 horas depois, enfim uma burocracia
daquelas, agora os “pobres” ganharam mais um complicador, qual seja, a greve
dos bancários.
Os questionamentos que surgem, neste período de paralisação, são
com relação ao prazo de 72 horas que o candidato tem para enviar dados sobre
doação. E com a greve? Como fica? E a movimentação de campanha? Será se o
gerente vai ter cabeça para atender a todos? Com a paralisação, os serviços
bancários oferecidos pelas agências passam a funcionar com apenas 30% da capacidade.
Se antes da greve muitos candidatos estavam batendo cabeça e
dando trabalho às consultorias contratadas pelas coligações, imagine agora.
Os bancários não pensaram duas vezes e, desta feita, ganharam
importantes aliados na luta em prol de uma causa justa – os políticos
candidatos ou não.
A categoria rejeitou a proposta da Fenaban (Federação
Nacional dos Bancos) de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os
auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos
alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto
deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5%
de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo
calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$
8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban, o braço
sindical dos bancos), a proposta representa um aumento, na remuneração, de 15%
para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4
mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil,
equivale a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste,
passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os
clientes podem utilizar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de
contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de
cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas
lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de
concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer
depósitos, entre outros serviços.