O PT
divulgou na noite dessa terça-feira (17) duas resoluções do partido após
reunião de seu Diretório Nacional, em BrasÃlia. Uma das resoluções trata do
cenário polÃtico atual, no qual a presidente da República responde um processo
de impeachment e está afastada do governo; e com o PT, de volta à oposição, não
tendo reunido força suficiente para deter o processo contra Dilma.
Além de criticar a postura do PMDB e do presidente em
exercÃcio Michel Temer, a quem acusam de dar um “golpe” polÃtico em Dilma para
assumir o poder, o partido disse que cometeu falhas durante os cerca de 13 anos
de governos petistas. Um desses erros, segundo o partido, foi se deixar
“contaminar” pelo financiamento empresarial de campanha e o que chamam de
“prática dos partidos tradicionais”, sem citar diretamente o envolvimento de
petistas em esquemas de corrupção.
“Fomos contaminados pelo financiamento empresarial de
campanhas, estrutura celular de como as classes dominantes se articulam com o
Estado, formando suas próprias bancadas corporativas e controlando governos.
Preservada essa condição, mesmo após nossa vitória eleitoral de 2002,
terminamos envolvidos em práticas dos partidos polÃticos tradicionais, o que
claramente afetou negativamente nossa imagem e abriu flancos para ataques de
aparatos judiciais controlados pela direita”, diz um trecho resolução.
O PT também disse não ter priorizado as alianças com
movimentos sociais e o que chama de “partidos populares”. O partido se disse
“refém de acordos táticos” para conseguir administrar o paÃs. “Tampouco nos
dedicamos, com a devida atenção e perseverança, a costurar uma aliança
estratégica entre os partidos populares e os movimentos sociais, que pudesse
ampliar o peso institucional da esquerda. Acabamos reféns de acordos táticos,
imperiosos para o manejo do Estado, mas que resultaram num baixo e pouco
enraizamento das forças progressistas”.
A segunda resolução diz respeito às eleições municipais
deste ano. Nela, o partido se compromete a não fazer aliança com polÃticos que
apoiaram a abertura do processo de impeachment de Dilma ou mesmo tenham votado
nesse sentido no Congresso Nacional.
(Agência Brasil)