O jogo foi ontem à
noite, no estádio Mirandão, com portões fechados para o torcedor. Arquibancada
vazia denunciava mais uma mancada, desleixo ou desprezo da administração
municipal com o esporte, especialmente, o futebol profissional. Pelo quarto ano
consecutivo, o torcedor cratense não sentiu o prazer de ver seu time jogando
dentro de casa nas primeiras partidas da competição. Os laudos dos órgãos responsáveis
pelas vistorias não foram favoráveis, exigências não cumpridas e a Federação
Cearense de Futebol permitiu que o time jogasse em casa, porém sem a assistência de sua torcida.
O medo de tomar uma
goleada do Ferroviário atormentava o torcedor, pois o Tubarão da Barra do Ceará já havia
massacrado na rodada anterior outro representante caririense, o Campo Grande de
Juazeiro do Norte, pelo placar de 10 a 0, e esta “fome de gol” podia não ter
passado, como não passou, fazendo com que o time cratense fosse a próxima vítima.
Ainda bem que faltou energia e fomos salvos pelas trevas. Ademais, o Azulão da
Princesa já tinha sido alvo de chacotas na sua estreia diante do novato
Floresta, na capital cearense. Naquela ocasião, foi a campo com cinco jogadores
e perdeu por W.O, além de ser multado pela situação constrangedora. Os
comentários jocosos tomaram de conta das redes sociais e dos veículos de
comunicação do Estado.
Para a surpresa de quem
acompanhava pelo rádio, os meninos do treinador Roni se comportaram bem durante
o jogo, saíram na frente, perderam o goleiro (o único na posição), improvisaram
um jogador de linha e suportaram a pressão até os vinte e seis minutos do segundo tempo. Depois disso,
permitiram a virada do Ferroviário que a cada três minutos fez um gol atrás do
outro e saiu de um 1 a 1 para 4 a 1, quando ocorreu um apagão no estádio,
partida paralisada e encerrada antes do tempo normal. Ufa! Que a escuridão de
ontem dê lugar à luz para que o Crato entre nos trilhos e possa fazer voos rasantes
nos gramados cearenses!
Renúncia?
Após o jogo, o
comentário que rolou nos microfones da rádio Educadora – 1020 foi de que a
atual diretoria estava disposta a renunciar por não dispor de recursos para continuar no campeonato. Se isso acontecer, espera-se que os novos dirigentes
consigam elaborar um plano para salvar o Azulão da degola, com o apoio da atual
gestão municipal que ainda não acenou com nenhum recurso e dos empresários
(pequenos, médios e grandes) da cidade. Ao torcedor só resta aguardar que o
estádio seja liberado e o time passe a ter um melhor desempenho na competição.
(Fotos: site da FCF e sobreospassaros)