Em longa correspondência enviada
ao Bispo Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, o Secretário de Estado do
Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, afirmou que: “A presente mensagem foi
redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança
de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese
e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando
por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica
comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira
explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.
A mensagem lembra, inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato acrescentando “que (essas comemorações) põem em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização, procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valoriza-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”.
Lembrando que Deus sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o Reino de Deus.
A mensagem lembra, inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato acrescentando “que (essas comemorações) põem em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização, procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valoriza-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”.
Lembrando que Deus sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o Reino de Deus.
Na correspondência constam vários
tópicos, dos quais alguns são reproduzidos, a seguir, textualmente:
“Mas é sempre possível, com a
distância do tempo e o evoluir das diversas circunstâncias, reavaliar e
apreciar as várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero como sacerdote
e, deixando à margem os pontos mais controversos, por em evidência aspectos
positivos de sua vida e figura, tal como é atualmente percebida pelos fiéis”.
† “É inegável que o Padre
Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em
sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e
amado por este mesmo povo”.
† “Deixou marcas
profundas no povo nordestino a intensa devoção do Padre Cícero à Virgem Maria”
no seu título de “Mãe das Dores e das Candeias” (…) Como não reconhecer, Dom
Fernando, na devoção simples e arraigada destes romeiros, o sentido consciente
de pertença à Igreja Católica, que tem na Mãe de Jesus Cristo um dos seus
elementos mais característicos?
† “A grande romaria
do dia de Finados, iniciada pelo Padre Cícero, transmite a dimensão
escatológica da existência humana. Pois, como afirma o documento de Aparecida,
Nossos povos (…) têm sede de vida e felicidade em Cristo. (…)
† “Não deixa de
chamar a atenção o fato de que estes romeiros, desde então, sentindo-se
acolhidos e tendo experimentado, através da pessoa do sacerdote, a própria
misericórdia de Deus, com ele estabeleceram – e continuam estabelecendo no
presente – uma relação de intimidade, chamando-o na carinhosa linguagem popular
nordestina de “padim”, ou seja, considerando-o como um verdadeiro padrinho de
batismo, investido da missão de acompanhá-los e de ajuda-los na vivência da sua
fé”.
† “No momento em que
a Igreja inteira é convidada pelo Papa Francisco a uma atitude de saída, ao
encontro das periferias existenciais, a atitude do Padre Cícero em acolher a
todos, especialmente aos pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os,
constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”.
† “O afeto popular
que cerca a figura do Padre Cícero pode constituir um alicerce forte para a
solidificação da fé católica no ânimo do povo nordestino (…). Portanto, é
necessário, neste contexto, dirigir nossa atenção ao Senhor e agradecê-lo por
todo o bem que ele suscitou por meio do Padre Cícero”.
† “Assim fazendo,
abrem-se inúmeras perspectivas para a evangelização, na linha desta
recomendação do Documento de Aparecida; “Deve-se dar catequese apropriada que
acompanhe a fé já presente na religiosidade popular”. (Documento de Aparecida,
300).
† “Ao mesmo tempo que
me desempenho da honra de transmitir uma fraterna saudação do Santo Padre a
todo o povo fiel do sertão do Ceará, com os seus Pastores, bendizendo a Deus
pelos luminosos frutos de santidade que a semente do Evangelho faz brotar
nestas terras abençoadas, valho-me do ensejo para lhe testemunhar minha
fraterna estima e me confirmar de Vossa Excelência Reverendíssima devotíssimo
no Senhor
Pietro
Cardeal Parolin
Secretário de Estado de Sua Santidade
Vaticano, 20 de outubro de 2015.
Secretário de Estado de Sua Santidade
Vaticano, 20 de outubro de 2015.
Fonte: Site da Diocese do Crato
Foto:Patrícia Silva
Foto:Patrícia Silva